Iniciativa busca dar mais visibilidade às mulheres na tecnologia, pesquisadoras alagoanas em diferentes áreas
A docente dos cursos de Comunicação da Unit Alagoas e doutora em Ciência da Propriedade Intelectual, Janaína Galdino, foi convidada para compor o Conselho Consultivo de Mulheres na Tecnologia. A proposta é uma iniciativa da Associação das Empresas Brasileiras de Software e Serviços de Informática Regional de Alagoas (Assespro/AL) e da Startup Mulheres Conectadas que teve sua primeira reunião de alinhamento na última quinta-feira (01).
Composto por dez pesquisadoras das mais diferentes áreas, o principal propósito do conselho é incentivar a participação das mulheres no setor promovendo debates, eventos e outras ações que garantam maior inclusão de mulheres na tecnologia e promovam a equidade de gênero. O primeiro passo do Conselho é reconhecer o cenário local, além de apoiar programas de diversidade nas empresas de base tecnológica no estado.
“A discussão iniciada no 1º de julho foi a de darmos um pontapé para, primeiramente, quebrarmos o paradigma de que apenas homens podem trabalhar com tecnologia e inovação. A principal contribuição é, justamente, trazer à tona informações e dados significativos que mudem esses índices tão baixos de mulheres na tecnologia e na inovação”, explicou Janaína Galdino.
Entre as outras ações estão a inserção das mulheres em carreiras relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), o estímulo a atividades computacionais (além do coding) para mulheres em outras áreas (alfabetização digital), desmistificar o uso de novas tecnologias digitais e ser a ponte entre conselhos e novas conselheiras que surgirão.
“A implementação desse conselho já é um ato de resistência feminino, a ponto de quebrar essa raiz preconceituosa de que só o masculino possui know how intelectual para trabalhar nas áreas da tecnologia e da Inovação”, apontou.
Historicamente, a presença de mulheres em alguns cursos e profissões “masculinas” era visto com preconceito. Hoje, a realidade começa a mudar, de acordo com dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, houve aumento de 3,6% na quantidade de profissionais mulheres em serviços ligados à engenharia e de 38% em ciências físicas e naturais, ambos de 2017 a 2019. No mesmo período, houve crescimento de 4,5% na quantidade de mulheres em carreiras ligadas à tecnologia da informação.